quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Recomendações para a prática das Artes Marciais

               Hoje iremos falar um pouco dos cuidados que devemos tomar quando decidimos iniciar a prática de uma Arte Marcial e/ou esporte de combate, cuidados esses que devem ser levado em consideração antes de se iniciar a prática de qualquer atividade física.
Segue abaixo algumas recomendações para quem pretende começar uma atividade marcial, são elas:

- Antes de praticar uma arte marcial (como qualquer atividade física), é aconselhado fazer um exame médico para determinar sua condição física;

- Procure conhecer um pouco mais sobre a modalidade que deseja praticar, sua história, sua origem e benefícios da prática.

- Busque informações sobre o professor e/ou a equipe do mesmo, com a crescente procura por algumas modalidades muitos charlatões e trambiqueiros vem surgindo se auto afirmando professores/treinadores. (Dica: pergunte como ele se formou e a quanto tempo pratica a modalidade).

- Escolha equipamentos esportivos adequados à atividade. Isso reduzirá o risco de lesões.

- Treinar de forma gradual e progressiva. Vá aumentando a duração e a intensidade de seu treino à medida que você vai ficando mais apto.

- Hidrate-se convenientemente. Beba cerca de 500ml duas horas antes do treino. Durante o exercício beba cerca de 250ml de água a cada 15 a 20 minutos. Depois do treino, se possível, consuma água com carboidratos de rápida absorção, que recuperarão seu corpo mais rapidamente.

- Para melhorar o desempenho nos treino, é importante trabalhar tanto o aeróbico como o anaeróbico, bem como atividades específicas para fortalecer os músculos.


- Fazer algumas sessões de musculação pode ajudar a melhorar a agilidade e a diminuir a probabilidade de lesões.


Sawadee Krap

domingo, 24 de maio de 2015

DESIDRATAÇÃO e os perigos por trás do sacrifício

“Especialistas divergem sobre os riscos do processo que leva atletas a perderem e recuperarem muito peso em um curto espaço de tempo.”

Véspera de competição é sinônimo de sofrimento para muitos lutadores. A maioria dos atletas se submete a uma sacrificante e perigosa rotina para bater o peso da categoria, uma vez que se utilizam da famosa técnica da desidratação ou "secagem", onde perdem vários quilos a poucos dias da pesagem do evento. A técnica é antiga e utilizada na maioria dos esportes de combate, onde as medidas oficiais são tiradas pelo menos um dia antes das lutas. Na prática, os atletas perdem apenas líquido, que é recuperado em algumas horas. Apesar de tradicional, a "secagem" exige cuidados, e até hoje há muita discussão em torno dos seus males para a saúde.
O sacrifício da desidratação, no entanto, muitas vezes traz complicações para alguns lutadores. É comum terem de tomar soro na veia após a pesagem, por conta de uma desidratação muito agressiva para baixar de categoria.  
Apesar do temor de muitos, o processo de perda controlada de líquidos tem o respaldo de uma ala da medicina. O médico ortomolecular Hélio Ventura, afirma não vê qualquer problema em praticar a técnica com o acompanhamento de um especialista. E faz questão de destacar que a "secagem" hoje é uma necessidade no MMA, uma vez que quase todos os atletas usam a técnica para ganhar peso entre a subida na balança e a hora da luta. Ele ressalta ainda que os americanos costumam levar vantagem, pois a maioria dos lutadores do país estão acostumados a perder e ganhar peso com facilidade desde cedo.
A médica ortomolecular da Academia da Praia, na Zona Oeste do Rio, Janaína Barboza considera o método perigoso e danoso ao organismo. Segundo a especialista, o indivíduo que se submete a um processo de "secagem" está colocando sua saúde seriamente em risco. Segundo a médica, as intercorrências que podem aparecer vão de falência renal ao aumento das toxinas no sangue (toxicemia) e também da frequência cardíaca.
Especialistas ouvidos pelo portal G1 condenam a prática da desidratação. “Nunca faça isso, em nenhuma circunstância”, afirma o médico Nabil Ghorayeb, especialista em cardiologia e medicina do esporte. “Desgasta muito o corpo. É uma agressão metabólica”, concorda Mirtes Stancanelli, nutricionista do esporte e professora da Unicamp.


- Todos sabemos que não faz bem à saúde, mas no meu caso, estou bem, porque estou acostumado a este processo  - afirmou José Aldo.



Efeitos
Ghorayeb considera esse tipo de prática um absurdo. “Tem que ficar claro que o que se está perdendo é líquido”, explica. A desidratação deixa o sangue mais espesso, pode causar trombose e até a morte por diminuição de potássio e de sódio, com uma parada cardíaca. “As células cardíacas precisam disso, e se não tiverem a quantidade certa, o coração simplesmente desliga”, aponta o médico.
A prática de exercícios numa situação de desidratação também oferece o risco de uma hipertermia (hiperaquecimento), ressalta o médico. Mirtes Stancanelli explica que o aquecimento excessivo do corpo causa uma desnaturação das proteínas, como as enzimas, prejudicando o metabolismo. “Dificulta processos importantes de gerar energia, até para coisas simples”, explica. Assim, a desidratação pode levar a um aumento dos batimentos cardíacos, diminuir a concentração, a capacidade de raciocínio e os reflexos, alerta a especialista.

- Uma palavra que cabe bem aí é estresse. Quando você se submete a um processo desse, você está lançando sobre o seu corpo uma grande quantidade de estresse. Desidratar o corpo é arriscado mesmo para atletas, já que muitos destes têm uma saúde apenas aparente – afirma a médica ortomolecular Janaína Barboza.


                A morte do lutador de MMA Leandro Caetano de Souza, conhecido como Leandro Feijão, de 26 anos durante o processo de desidratação para uma luta, levanta questionamentos sobre a prática de perda de peso por este processo, como ele vinha fazendo para entrar na categoria mosca. O laudo do IML diz que o lutador sofreu um AVC hemorrágico e que houve uma evolução de uma doença pré-existente. A família, no entanto questiona essa conclusão e associa a morte à forma de preparação adotada pelo rapaz.
                No caso de Feijão, ele chegou a desmaiar enquanto estava na sauna, mas insistiu em continuar no processo de desidratação segundo seu treinador, André Chatuba.


Palavra de especialista: Impacto negativo

MÁRCIO LAURIA - ENDOCRINOLOGISTA E PROFESSOR DA FACULDADE DE MEDICINA DA UFMG

Variações bruscas de peso em poucos dias se devem basicamente à perda ou ganho de água. Em geral, 60% do nosso peso corporal se deve à água. Obviamente, a perda brusca de peso pode desencadear um quadro de desidratação, com todas as suas consequências negativas para o metabolismo e para o funcionamento de órgãos como os rins e o coração. Todos esses processos utilizados atuam na mobilização do líquido corporal e provocam desidratação intra e extracelular. Processo semelhante é visto nas clínicas de emagrecimento rápido e milagroso. A recuperação do peso se deve à hiperhidratação com soluções que muitas vezes podem também trazer prejuízos para um organismo que estava tentando se adaptar àquela desidratação que lhe tinha sido imposta, sobretudo em pacientes com alguma doença de base não identificada, como um mal renal ou cardíaco. Se para o atleta profissional, que de uma certa maneira é teoricamente saudável e está sendo monitorado por alguém, isso traz riscos, que dirá para um atleta amador ou para um indivíduo comum, que não tem nenhum tipo de acompanhamento e provavelmente não terá nenhum benefício com isso.


Fontes:
- Site COMBATE - Por Flávio Dilascio
- Site G1, Bem Estar


Sawadee Krap

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Artes Marciais para Crianças

Texto de Amanda Martins.

Passou o tempo em que praticar arte marcial era associado a uma atitude de marmanjo. Na verdade essa associação nunca esteve correta, pois desde que o monge budista Bodydharma, há mais de dois mil anos, uniu o aprendizado das artes marciais ao ascetismo e às práticas de meditação, sua essência passou a ser o autoaprimoramento no exercício pela elevação espiritual. Naquela época, o aperfeiçoamento de técnicas de batalha era muito importante para a autodefesa, nunca para atacar.

Os tempos mudaram e hoje os tatames são ocupados por um público bem eclético, inclusive por crianças. Para os pequenos as artes marciais são especialmente benéficas. É uma forma dinâmica de despertar o interesse pela atividade física, algo que ainda não é totalmente apreciado por este público.

Algumas academias empregam-se exercícios lúdicos para que as aulas sejam prazerosas, pois o que criança gosta mesmo é de brincar. O treino bem adaptado a essa faixa etária não perde nada em sua essência, pois as brincadeiras são programadas para desenvolver as técnicas de forma indireta. A sensação é de estar brincando, mas cada brincadeira tem uma função específica que pode ser a habilidade de esquivar, saltar, chutar alto, socar, rolar, etc.

Mais do que assimilar golpes, as lutas ajudam no desenvolvimento da coordenação motora, lateralidade e equilíbrio, além de prevenir e combater a obesidade. Professores e pais relatam melhorias no desempenho escolar da criança que pratica uma luta. O aumento da autoestima e da segurança também estão entre os ganhos frequentemente mencionados.

Fonte:
Amanda Martins: amanda.martins@lfcom.com.br
Paranashop: http://www.paranashop.com.br/colunas/colunas_n.php?id=28606&op=saude

sábado, 24 de janeiro de 2015

Resumo da história do Muay Thai

                Muay Thai ou Boxe Tailandês é uma arte marcial Tailandesa com mais de 1.000 anos de existência, também conhecida como a arte das 8 armas, emprega técnicas de ataque com punhos, cotovelos, joelhos e os pés. Existem outras modalidades menos conhecidas que também são praticadas em outros países asiáticos, como Birmânia, Laos e Camboja. A história do Boxe Tailandês está ligada à migração das tribos Thai, das províncias de Jiangxi, Sichuan e Hubel, no sul da China, para região que hoje é a Tailândia. Muitos historiadores concordam que Muay Thai teve sua origem no Kung Fu chinês, mas essa afirmação ainda é bastante contestada por outra corrente a qual acredita que o Muay Thai surgiu durante os repetidos combates entre os Tailandeses e seus vizinhos da Birmânia, do Khmer e do Vietnã.
                Durante os tempos de paz, o Muay Thai era praticado enquanto atividade democrática, onde jovens tailandeses treinavam com vista a adquirir aptidões de combate e autodefesa. Assim, este estilo proporcionaria um meio comum para a preparação prévia da vida ao serviço militar. Centros de treino foram surgindo amplamente em torno da cidade, nomeadamente o Centro de Treino Samakorn em Lopburi outros ocupavam áreas de templos budistas, onde monges serviam enquanto instrutores da arte. Nesse período, o Muay Thai foi considerado como uma arte de elevado nível social, tendo sido adotada como parte do currículo real. A intenção de desenvolver poderosos guerreiros com excelente aptidão física, preparando fortes e bravos governantes para as cidades. O primeiro rei de Sukhothai, Phokhun Sri In Tharatit, acreditava firmemente nos benefícios que o Muay Thai poderia oferecer e remeteu os seus dois filhos para o Centro de Treino Samakorn, preparando-os para a sua sucessão ao trono. Entre 1275 e 1317 DC Phokhun Ram Khamhaeng escreveu um texto de guerra que incluía ensinamentos de Muay Thai, assim como outras habilidades de combate.
                O período Krungsri Ayutthaya decorreu entre 1445 e 1767 DC. Esta era caracteriza-se pelas inúmeras guerras entre a Tailândia, Birmânia e Camboja. O Muay Thai foi um meio de preparação através do desenvolvimento de atividades de auto-defesa. Mestres de significativa experiência na arte transmitiam os conhecimentos desta arte marcial ao povo tailandês, deixando de ser uma matéria antes restrita ao palácio real, os centros de formação da época, começaram a transmitir estes conhecimentos ao povo. O Phudaisawan Sword Training Center foi um local bastante popular nesta era, possuindo vários alunos que aprendiam a técnicas de combates com armas e técnicas de auto-defesa, a partir da aprendizagem de combates sem a utilização de armas os soldados passaram a aprender o estilo de luta antecessor, o Muay Boran o qual deu origem ao Muay-Thai que conhecemos hoje.
               

Muay Thai no Brasil

               Em 1979 começou uma nova modalidade no Brasil, o Grão Mestre Nélio Naja introduziu o Muay Thai, na época mais conhecido como Boxe Thailandês, no país.
            Em 1980 foi fundada a primeira associação de Muay Thai, onde tinha como presidente o Grão Mestre Flavio Molina. Em 1981 aconteceu o primeiro campeonato Interestadual no Rio de Janeiro, no Bérro D´agua, onde hoje é academia Nobre Arte, foi um duelo entre Rio de Janeiro e Curitiba, onde Rio de Janeiro foi o campeão. Ainda em 1981, o fundador e presidente da Confederação Brasileira de Muay Thai (CBMT), Mestre Luiz Alves, fazia a sua estreia como lutador de Muay Thai.
               O Muay Thai vinha crescendo de uma forma muita forte e sólida. Em 1994 foi fundada a primeira Confederação Brasileira de Muay Thai do Brasil. A CBMT foi fundada pelo atual Presidente e Mestre Luiz Alves, a qual é filiada a WMTC (World Muay Thai Conciul) da Tailândia, WMA (World Muay Thai Assossiation) da Holanda e IMTA (International Muay Thai Assossiation) da Holanda.
                  Hoje o Muay Thai é uma unanimidade das lutas de contato,e por isso é procurada por praticantes de varias modalidades. Para quem está começando ou pretende começar a praticar é importante que procure um lugar regularizado para que possa aprender com um professor filiado a uma Federação séria, onde receberá um Muay Thai de qualidade, aprovada pelo órgão máximo do esporte, mas também que se beneficie das competições, graduações e todos os benefícios de um filiado.


Sawadee Krap

Fontes:

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Os Benefícios da Prática das ARTES MARCIAIS

        Mais do que lutas, as Artes Marciais ensinam a ter disciplina, respeito e autocontrole, além de fortalecer o corpo, resumindo, é um meio de contato com o seu espirito, seu corpo e sua mente. Iremos falar um pouco sobre alguns dos benefícios à saúde os quais essas modalidades esportivas podem proporcionar e o porquê de se fazer artes marciais.

           Na atualidade, a prática das artes marciais é bem comum no Brasil e no mundo todo, são procuradas por diferentes razões como liberar o stress, saúde, defesa pessoal, desenvolvimento pessoal e social, disciplina da mente, formação do caráter e do crescimento da autoconfiança. Podendo ser praticada por pessoas de todas as idades, desde crianças a vovôs e vovós, todos são bem-vindos, desde que tenham o acompanhamento adequado e sigam as orientações e limites do próprio corpo.

Alguns dos principais benefícios das artes marciais são:

- Ajuda no combate ao stress;
- Melhora no condicionamento físico do praticante, tanto muscular quanto cardiovascular;
- Visível melhora da coordenação motora e de reflexos;
- Melhora do autocontrole e da paciência, através do respeito aos adversários, a humildade e a coragem;
- Melhora o sistema imunológico;
- Trabalha os principais grupos musculares;
- Ajuda na perda e controle do peso;
- Funciona como defesa pessoal.

É correto por crianças para praticar Artes Marciais?

           Psicólogos e educadores orientam à prática com a finalidade de mostrarem limites aos filhos bem como valores como respeito, cooperação e disciplina, fundamentais para uma vida mais harmônica com a sociedade. Os benefícios psicológicos são muitos pois a arte canaliza e doutrina para a disciplina e acalma, além dos benefícios físicos inerentes a todos os esportes.

          As artes marciais que envolvem combate de maior contato, como o Muay-Thai e o Kickboxing, devem ser evitados aos mais novos devido à imaturidade muscular das crianças. Já o Taekwondo, Judô e Karatê podem ser praticados a partir dos quatro anos.
        Algumas crianças com necessidades especiais são campeãs em suas modalidades e apresentam melhora significativa na sua coordenação motora e na sociabilidade, canalizando e direcionando a energia destas.

Como escolher uma modalidade?

            Deve-se escolher a modalidade que mais se adapta ao seu temperamento, estilo de vida e objetivos, existe lutas mais movimentadas, exigindo muita repetição de movimentos nos treinos, também existem modalidades mais calmas, com técnicas de lutas no chão. Uma boa dica é sempre pesquisar sobre a modalidade e o professor da mesma, além de fazer uma aula de demonstração para decidir qual melhor te agrada. 


Sawadee Krap

Fontes:

Academia Tatami: http://www.academiatatami.com.br
Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Artes_marciais
Saúde Infantil: http://saudeinfantil.blog.br/2013/07/os-beneficios-das-artes-marciais/
Viva Saúde: http://revistavivasaude.uol.com.br/bem-estar/artes-marciais-para-o-autocontrole/265/
Cruzeiro do Sul: http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia/476845/pratica-de-artes-marciais-traz-beneficios-a-saude-mas-requer-cuidados





terça-feira, 6 de janeiro de 2015

SAVATE - Boxe Francês, um pouco da sua história...

A Savate ou boxe francês, é um esporte de combate originado antes do século XVIII na França, na qual os pés e as mãos são utilizados para atingir os adversários combinando elementos de boxe com técnicas de chutes. Vindo de um tipo de luta de rua, era muito frequente encontrar combates em Paris e no Norte de França. No Sul, especialmente no porto de Marselha, os marinheiros também desenvolveram um estilo de luta que envolvia pontapés e estaladas com as mãos abertas, o que contribuiu para o desenvolvimento da modalidade. Hoje não são permitidas joelhadas, cabeçadas ou golpes com a canela. Um praticante de Savate é chamado savateur e uma praticante de Savate é chamada savateuse. A luta é praticada com o uso de sapatos, (o que caracteriza o estilo), luvas de boxe e um traje chamado de integral (Hoje não mais obrigatório), Savate quer dizer “bota velha”.
Não se pode atribuir a Savate a um só criador, existiram algumas pessoas que foram os principais colaboradores na criação deste sistema. Entre eles podemos citar Michel Casseux e Joseph Charlemont. Casseux, talvez o mais famoso dentre eles, foi quem padronizou a modalidade no início do século XIX e criou a "Teoria da Savate", onde Casseux classificou a arte em 15 divisões de técnicas de pé ou bota e 15 divisões de bengala (canne) ou bastão.
Em 1845 seu melhor aluno Charles Lecour foi derrotado por um lutador de Boxe Inglês chamado Owen Swift, após essa derrota Lecour, inteligentemente, percebeu que os franceses não estavam tirando vantagem do uso das mãos, e que os ingleses só viam as pernas como recursos de avanço e recuo, o qual começou a combinar o Boxe Inglês com a Savate, foram eliminadas os tapas e as cabeçadas e acrescentado os socos do boxe inglês, começando assim a dar aulas sob a designação de Boxe Francês. No entanto, foi o seu irmão Hubert, o primeiro a ver no Boxe Francês uma arte refinada.
Joseph Charlemont, considerado por muitos o verdadeiro pai da modalidade, por volta do final do século XIX e início do século XX escreveu vários livros nos quais codificou e aperfeiçoou os métodos existentes no Boxe Francês. Charlemont dava muita importancia a precisão dos pontapés e conseguia controlá-los a ponto de colocar um “coup de pied chassé” numa janela e tocar o vidro sem quebrá-lo mas esmagando a mosca que lá se encontrava. Joseph Charlemont, por razões políticas exilou-se na Bélgica, por onde leccionou a arte. Mais tarde regressaria a França e voltaria a dar aulas em Paris, seu filho Charles, excelente praticante e mestre substitui o pai no ensino na capital francesa.
Em 1924, a Savate - Boxe Francês foi desporto de demonstração dos jogos Olímpicos de Paris, tendo o Conde Baruzi, 11 vezes campeão de França, combatendo em duas categorias diferentes no mesmo dia.
Durante o curso do século XX a Savate se tornou amplamente praticada no continente europeu. Foi ensinada nas forças armadas francesas como parte do treino básico, e escolas foram abertas na Bélgica, Suiça, Itália, Alemanha e Holanda. Essa expansão da modalidade chegou a América, inicialmente com escolas nos EUA e Canada.
Depois da 2ª Guerra, a Savate foi praticada por um pequeno núcleo de pessoas. Pois a maioria dos praticantes e mestres morreram na guerra ou se refugiaram em outros países, o grande impulsionador do “renascimento” foi o Conde Pierre Baruzi.
Hoje, a Savate é praticada internacionalmente por homens e mulheres em mais de 90 países e o campeonato mundial acontece a cada dois anos, alternado com o campeonato europeu. Sua prática divide-se em 4 níveis, são eles:
SAVATE – Boxe Francês: A mais disseminada e praticada, um sistema onde o praticante aprende técnicas requintadas de socos e chutes específicos da modalidade, e com combinações simultâneas de mãos e pés onde requer maior movimentação e mais velocidade, sua prática divide-se em 3 níveis de competição:
- Assalto: Esta é uma competição onde o contato físico é limitado, assim como no Karaté Shotokan. O combate é avaliado segundo a técnica dos concorrentes, a precisão dos seus golpes e o controle da potência dos mesmos, este é um nível onde o risco de lesões é menor e vence o combate quem tiver mais pontos e exige um alto nível técnico;
- Combat Pré-contact: Esta competição autoriza o contato físico entre os praticantes, no entanto, ambos utilizam equipamento de proteção como capacetes, braçadeiras e caneleiras;
- Combat Full-Contact: É uma competição onde não é utilizado qualquer tipo de equipamento de proteção por parte dos praticantes, à exceção de uma proteção bocal e de virilhas. São lutas que exigem um melhor preparo físico e mental do atleta, todos os golpes são aceitos e o objetivo principal passa por deixar os adversários fora de combate (nocaute).

SAVATE BATÔN DEFENSE: Modalidade onde o atleta aprende técnicas de defesa pessoal rápida totalmente voltada para a realidade das ruas, é praticado pela polícia francesa, força especial da polícia francesa, exercito francês e pela polícia de outros países.
SAVATE FORME: Sistema onde o aluno desenvolve as técnicas do Boxe Francês, através de uma aula totalmente aeróbica, com musica, voltada para a atividade física onde contribui com o aumento da capacidade física do indivíduo.
SAVATE LA CANNE: Modalidade onde o atleta aprende técnicas de combate com bastão, no qual era utilizado uma bengala, mais precisamente no século XIX, esta modalidade é praticada mais com intuído esportivo e em demonstrações, devido ao fato do bastão utilizado não servi para defesa pessoal, nem ser mais comum a utilização de bengalas como acessórios.

Savate no Brasil

A história do Savate no Brasil começa em 1906 com a chegada ao Brasil da Missão Francesa em São Paulo, com o objetivo de treinar a Força Pública paulista, permanecendo em São Paulo até 1914 . O Savate passa então a fazer parte curricular da Escola de Educação Física da Força Pública (atual Polícia Militar do Estado de São Paulo) desde sua fundação em 1910.

Em 1946 com a chegada do Senhor Renè Des Forest, que desembarca no Brasil após servir nas forças francesas livres, comandadas pelo General Charles de Gaulle. No ano de 1984, Richard Dês Forest (seu filho) se forma em educação física pela UGF ampliando os horizontes do esporte no Brasil. Após alguns anos acumulando experiências internacionais teóricas e práticas na arte do Savate, o mestre Richard recebe das mãos do senhor Richard Sylla, em Vichy na França, o diploma de gant d'argent (luva de prata) e professor. Com este título Richard se torna o único sul-americano formado em savate na França. Em 2000, é enviada à França a primeira equipe de um país sul americano coordenada pelo mestre Richard para um campeonato mundial de Savate. A equipe obtém o sétimo lugar na classificação geral, ficando à frente de grandes potências no esporte como Rússia, EUA, Canadá dentre outros. Atualmente, o mestre Richard encontra-se envolvido com a divulgação do Savate nas diversas áreas de abrangência desse esporte (Savate de rua (defense), Savate combate (combat) e Savate estilo (assault)) e introduzindo essa arte ao mundo do MMA.

Salut - cumprimento do Savate


Fontes: